quarta-feira, maio 18, 2011

A Beleza Cansada


Você olha para os lados e pergunta: como pode uma mulher linda, inteligente e interessante ficar tanto tempo solteira?
Não é mistério, apenas a lógica bruta do séquito urbanóide das grandes cidades: quanto mais gente disponível, menos gente possível.
Para muitos homens, as principais qualidades daquela mulher se transformam em defeitos. Porque ela é muito melhor do que você. E do que todas as outras mulheres que você conhece.
E muitos homens, que até então se achavam inteligentes (por conta própria), começam a entender como são burrinhos quando tentam despertar o interesse de uma mulher assim.
Quando mais jovem, eu costumava achar que essas mulheres lindas e sozinhas tivessem algum problema. Dos sérios.
Talvez fossem muito chatas. Talvez muito loucas. Talvez muito convencidas.
Porque nenhum homem, em sã consciência, deixaria de entrar na fila para conseguir um horário na agenda delas, nem que fosse para tomar umas cervejas no fim de semana.
O problema é que essas poucas mulheres interessantes sempre têm mais a oferecer. E você, não.
Elas sempre vão ter algo a mais para responder. E você, sequer sabe o quê perguntar.
Elas continuam ali, do outro lado da rua. Lindas, batalhadoras, pagando contas, subindo e descendo de ônibus, cuidando da casa, do trabalho, da vida, dos problemas e até da família. Sozinhas. No intervalo entre o almoço e o cafezinho, talvez elas lembrem que também é cada vez mais difícil achar um homem "razoavelmente" interessante.
A esta altura da vida, depois de tantas interpretações erradas e perguntas que nunca foram feitas, fico pensando se essas mulheres não cansaram de ser interessantes?
Se elas não cansaram de ser lindas e inteligentes num mundo onde isso parece defeito?
Se elas não querem dar um basta, pintar o cabelo de loiro platinado e usar roupa cor-de-rosa-piriguete?
Acho mesmo é que elas cansaram foi de esperar que até o mais inteligente dos homens aprenda alguma coisa sobre elas

terça-feira, maio 17, 2011

O que importa é a beleza interior!


Há muito tempo que as mulheres sacaram que os homens mais interessantes, charmosos, cultos e bem-humorados jamais estrelariam uma campanha da Hugo Boss: onde sobram músculos torneados, coxas grossas e boca carnuda geralmente falta humor e inteligência. Coisas da vida. E até tudo bem: podemos até desejar uma noite ardente com o Brad Pitt, mas, ao contrário dos machos, não ficamos comparando com o loirão os homens com os quais efetivamente temos noites ardentes. Sabemos que delírio é delírio, photoshop é photoshop.
Aqui estão motivos hormonais, sociais, comportamentais e empíricos que levam algumas mulheres a cair de amores por pançudos porto-riquenhos como Benício Del TOro (uh! eu lamberia aquelas olheiras inteirinhas!) e outros do mesmo naipe.
Não-bonitos são mais ligados em cultura -Os bonitões não precisam se esforçar na conversa nem ler Fernando Pessoa para impressionar – é só chegar e pegar. Levando em consideração que homens não passam da adolescência, os cidadãos desse tipo vão ficar insistindo nesse comportamento até a chegada dos cabelos brancos. Já os não-bonitos, desprovidos de facilidades naturais, precisam de outras armas para triunfar nesse mundo cruel. Então começam a ler, sacar o espírito feminino e, em poucos anos, continuam não-bonitos mas infinitamente mais interessantes. O que, de longe, é mais importante.

Exemplos notórios: Woody Allen, Vinícius de Morais.

Não-bonitos são muito mais envolventes -
Nós queremos mesmo é rir, ouvir um papo que preste e estar ao lado de um cara que puxe a cadeira para nos sentarmos. O que os não-bonitos têm a ver com isso? Tudo. Seguindo a lógica da compensação, é muito maior a probabilidade de um não-bonito ser charmoso e ter habilidade para transformar aquele narigão numa característica viril.
Exemplos notórios: Jean-Paul Belmondo, Gérard Depardieu.
Não-bonitos despertam nas mulheres o instinto maternal -Toda mulher, mesmo que negue, tem forte instinto maternal. Não pode ver um coelhinho, urubuzinho, que já faz voz de criança, chama de lindinho. A vontade de encher de carinho e beijinho o que parece desprotegido é incontrolável. Não-bonitos têm o mesmo efeito e, assim como os bichinhos, muitas chances de ficar conosco debaixo do edredom.
Exemplos notórios: Adrien Brody, Robert Carlyle.
Não-bonitos são mais dedicados à alegria feminina -Homem feio dá menos trabalho. Tudo bem que ele é culto, divertido, charmoso, mas nenhuma perua vai sacar isso só de olhar para a cara dele – que, convenhamos, não é lá essas coisas. Desde cedo, os desprovidos aprenderam que, se o forte deles não é a figura, tem de ser outro, muito mais vital: atender os desejos da mulherada. Onde, neste mundo, um bonitão, com tanta mulher disponível, vai se dar ao trabalho de ser eficiente sobre os lençóis?
Exemplos notórios: Luciano Huck, André Gonçalves.
Conclusão -Mulheres são mais humanitárias e menos superficiais que os homens. Sem contar que somos possuidoras de um gosto sortido. Um pouco esquisitas, também (mas isso vem de fábrica). O que significa que a gama de marmanjos que podem interessar a nós é muito maior do que a variedade de mulheres que podem chamar a sua atenção. Ruim pra você? Só se você não aprender como transformar estrabismo em algo sexy, careca em visual cool. Porque, se aprender, não vai ter Rodrigo Santoro que te encare (para o seu bem, leia esse exagero como licença poética). Ou, pelo menos, você não vai fazer feio. Mesmo não sendo bonito.

quarta-feira, maio 11, 2011

Amor e Luz


Radical assim, sim. Você gosta do que você é. Você admira quem tem as
qualidades que você também acha que tem ou gostaria de ter.

Você gosta do que lhe diz respeito, gosta das pessoas que têm seu sangue,
das que você elege, das que não ameaçam você.

Você e o mundo são assim. Todos os seres humanos são assim, racionalmente.
Na tv, concordamos com quem diz o que nós pensamos. No jornal, damos
crédito a quem escreve o que nos representa. No fundo, nós só gostamos de
nós mesmos.

Leio uma crítica do Ricardo Feltrin e adoro-a. Claro, ela reflete o que eu também
penso, tenho que gostar. Dela, a crítica, dele, o crítico.
Cada ser humano se sente o centro do mundo, vê tudo sob sua ótica e só ama a
si mesmo. Até sua falta de auto-estima prova que seu interesse é só um, ele
próprio. Egoístas. Todos somos.

E aí vem o amor.

E dá uma rasteira no nosso ego imbecil.

O amor.

Que subitamente faz com que a gente ame alguma coisa, alguém, que é um
não-eu. Não é a mamãe, nem o papai, vovó, titio, filhinho. É outra pessoa. 
De outra família, outro lugar, que tem outra história. Muitas vezes, é até de
outro sexo.

E  amamos esta pessoa sem saber como ou por quê.

Porque o amor não é verbo que a gente conjuga na primeira pessoa de forma
racional, amor é verbo que faz da gente objeto.

O amor acontece.

E só quem aprende, entende, exercita o amor sabe que sua potência, sua
imensidão.

Quem nunca amou, pode achar que sabe mas não sabe.

Amor é único, não parece com nada.

O que mais se parece com amor deve ser chocolate. Ou queijo. Quando a
gente tem vontade de comer chocolate não serve mais nada. Só chocolate mesmo.
Queijo é assim também. É uma coisa em si.

No fundo, todo mundo que vive em desamor, de forma pontual ou em longas doses
ao longo dos anos, vai ficando amargo. Depois azedo. Depois, podre.

As pessoas ruins, ácidas, infelizes, que não sentem prazer, vivem anestesiadas.
São sempre as mais ranzinzas, as mais chatas, as que alfinetam, as que ferroam
sem parar.

Não são rompantes normais da ira, é um azedume que contamina tudo, uma 
humidade triste de quem vive sem luz, onde o bolor diário da inveja cresce.

É triste, isto. Gente que vive embolorada por dentro, por falta de amor e sol.

Lamento por todas elas.

Porque se elas se lançassem ao amor, mudariam num instante.

terça-feira, maio 10, 2011

Grandes e Pequenas Mulheres

  Há mulheres de todos os gêneros. Histéricas, batalhadoras, frescas, profissionais, chatas, inteligentes, gostosas, parasitas, sensacionais. Mulheres de origens diversas, de idades várias, mulheres de posses ou de grana curta. Mulheres de tudo quanto é jeito. Mas se eu fosse homem prestaria atenção apenas num quesito: se a mulher é do tipo que puxa pra cima ou se é do tipo que empurra pra baixo.

    Dizem que por trás de todo grande homem existe uma grande mulher. Meia-verdade. Ele pode ser grande estando sozinho também. Mas com uma mulher xarope ele não vai chegar a lugar algum.

    Mulher que puxa pra cima é mulher que aposta nas decisões do cara, que não fica telefonando pro escritório toda hora, que tem a profissão dela, que o apóia quando ele diz que vai pedir demissão por questões éticas e que confia que vai dar tudo certo.

     Mulher que empurra pra baixo é a que põe minhoca na cabeça dele sobre os seus colegas, a que tem acessos de carência bem na hora que ele tem que entrar numa reunião, a que não avaliza nenhuma mudança que ele propõe, a que quer manter tudo como está.

    Mulher que puxa pra cima é a que dá uns toques na hora de ele se vestir, a que não perturba com questões menores, a que incentiva o marido a procurar os amigos, a que separa matérias de revista que possam interessá-lo, a que indica livros, a que faz amor com vontade.

    Mulher que empurra pra baixo é a que reclama do salário dele, a que não acredita que ele tenha taco pra assumir uma promoção, a que acha que viajar é despesa e não investimento, a que tem ciúmes da secretária.

    Mulher que puxa pra cima é a que dá conselhos e não palpite, a que acompanha nas festas e nas roubadas, a que tem bom humor.

    Mulher que empurra pra baixo é a que debocha dos defeitos dele em rodinhas de amigos e que não acredita que ele vá mais longe do que já foi.

    Se por trás de todo grande homem existe uma grande mulher, então vale o inverso também: por trás de um pequeno homem talvez exista uma mulherzinha de nada.

segunda-feira, maio 09, 2011

Para Entender os Outros


Viver é complicado? É, um pouco. E como tornar a vida mais fácil? Entre outras coisas, aprendendo que todos nós temos um código e, quando passamos a conhecer o nosso, e o dos outros, tudo fica mais suave. Dentro da família podemos ter mãe, pai, dois irmãos, três tias, cinco primas, marido, filhos... É preciso entender o idioma de cada um para não viver num planeta em que cada pessoa fala uma língua diferente. Sabe quando você ouve no telefone a frase “então te ligo; quem sabe a gente vai jantar?”. Pois isso talvez queira dizer várias coisas: pode ser apenas uma desculpa para desligar o telefone, pois o assunto não está interessando; pode ser que a pessoa esteja esperando uma ligação e não queira ocupar a linha; pode ser que tenha começado o telejornal, e mais 300 razões diferentes, algumas inimagináveis. Os horários, por exemplo: um encontro marcado para nove da noite pode significar nove e meia; entre dez e meia e onze; e em alguns casos até nove horas mesmo. Agora, se você conseguir decodificar o idioma da pessoa, não vai se irritar de ficar esperando duas horas, porque já sabe que, quando ela diz nove, está querendo dizer onze, certo? São essas filigranas que desgastam a relação e você deve fazer todos os esforços para evitar que isso aconteça.
Um capítulo sujeito a muitos mal-entendidos é o do amor. Quando um homem diz “eu te amo”, é possível traduzir isso de umas 500 maneiras, só que as mulheres costumam ouvir sempre da mesma. A mais frequente é ele dizer um “eu te amo” e ela ouvir um “quero me casar com você”, sendo que a maior parte das vezes ele diz “eu te amo” querendo dizer “quero transar com você”. Complicado? Nem tanto; apenas uma questão de tradução. Essa declaração de amor pode também querer dizer que ele está te amando profundamente naquele momento, e não que esteja propondo fundar um lar. E dependendo de quantos copos de vinho ele tiver tomado, da luz e da música que estiver tocando, pode até pintar uma proposta de morarem juntos, o que não quer dizer que você deva levar ao pé da letra. E é melhor mesmo que não leve. Mas as mulheres adoram ser pedidas em casamento, e a qualquer sinal de vitória – porque é uma vitória – passam a amarrar a coisa. Costumam começar com um “na sua casa ou na minha?” e, dependendo, mais uma vez, de estarem na segunda ou terceira garrafa de vinho, dali meia hora ela já está falando na decoração, se vão usar o mesmo computador ou se é melhor cada um ter o seu. Quanto a ele – todos sabem que o álcool provoca amnésia, principalmente no homem. Ele sai todo lampeiro, volta para seu adorado espaço, a coisa mais preciosa que acha que tem, e vai ficar surpreso quando telefonar na quarta-feira perguntando “vamos pegar um cineminha?”, e ela atender de mau humor. Se um dia homem e mulher falarem a mesma língua podem começar a se entender. Mas nem todas as coisas têm de ser traduzidas, porque aí pode ficar tudo tão sem graça que o amor desapareça da face da Terra.

quinta-feira, maio 05, 2011

Espiritualidade é algo bem diferente de Religião


Vemos, atualmente, o recrudescimento de violências de vários matizes, de pressões variadas para a imposição de dogmas e visões fundamentalistas sobre o que os homens consideram Deus (ou Alá, ou Divindade... os rótulos não importam) ou a Verdade (religiosa, econômica, política). Ao mesmo tempo vemos que alguns homens e mulheres constituem uma minoria que superam estas visões estreitas, e fundam filosofias e civilizações, ou dão exemplos marcantes de vida... Assim temos um Gandhi, uma Madre Tereza, um Albert Schweitzer, um Dalai Lama, um Chico Xavier. Então, será que estes últimos têm a mesma "religião" que aqueles outros?

Vejamos algumas diferenças entre os que possuem espiritualidade e os que possuem religião:

Quem possui espiritualidade dialoga, quem possui religião muito fala e pouco escuta;

Quem possui espiritualidade muitas vezes prefere o silêncio ao conflito, sem descuidar das tarefas segundo seus princípios. Quem possui religião muitas vezes toma partido, estimula o conflito e prefere dizer aos outros o aquilo que acha que deve ser feito, poucas vezes dando-se ao trabalho do exemplo;

Vemos nos discursos de um Buda, de um Cristo, de um Lao-Tsé semelhanças de conteúdo, especialmente no que se refere a ética. Vemos quase sempre nos discursos dos que possuem religião exclusividade de interpretação;

Quem tem espiritualidade faz, pouco fala e nunca grita. Quem tem religião grita, muito fala e pouco faz.

A espiritualidade eclode em quem desperta para o fato da irmandade humana por ver no próximo um semelhante mesmo independentemente dos mandamentos sagrados. Já quem tem religião muitas vezes retira das escrituras aquilo que lhe serve de espelho em justificativas para opressão.

O possuidor de espiritualidade vive e convida à autonomia responsável e fraterna. O que possui religião quer ser ou líder ou ser parte de um rebanho.

Quem tem espiritualidade reconhece, nos demais caminhos e tradições espirituais, princípios espirituais iguais aos seus, mesmo que com roupagens culturais diferenciadas, e se encanta por saber que a mesma essência se expressa em diferentes modos. Quem tem religião só consegue enxergar nos demais as diferenças e estas o assustam.

A espiritualidade é para quem se deixa maravilhar pela vida e beleza do mundo externo e a profunidade misteriosa do mundo interno. A religião é para quem quer regras e fórmulas para se julgar seguro por não ter ainda segurança de pensar.

Quem tem espiritualidade vê nos textos os dedos que apontam para além das palavras. Quem tem religião toma a letra escrita dos textos como o além em forma de palavras.

A espiritualidade é para quem sente que a maior alegria está na partilha de bens e na convivência entre iguais. A religião muitas vezes é uma espécie de negócio onde se tenta convencer a divindade de que o fiel é merecedor de vantagens materiais e vitórias sociais por tomar partido da religião e batalhar para impor a visão aos demais, não levando em conta que a verdade do outro pode ser tão boa quanto a sua;

A religião estabelece "verdades" e dogmas inquestionáveis. A espiritualidade estimula a pensar e a refletir para a decisão de seguir o melhor caminho compatível para a individualidade de cada pessoa;

A religião ameça com castigos, amedronta com demônios. A espiritualidade liberta consciências e estimula a ação para um mundo melhor.

A religião nos impõe culpas, a religiosidade fala que ninguém nasce sabendo mas todos podem progredir e se aperfeiçoar.

A religião fala de Deus, mas não o vivencia. A espiritualidade sente Deus e por isso Dele pouco fala e se o faz, é por meio de imagens e metáforas.

A religião é instituição, geralmente atreladas a prédios, locais, bancos. A espiritualidade está no coração que também a percebe no outro e na natureza.

A religião fala para acreditar sem questionar. A espiritualidade convida para nada tomar como definitivo já que o humano sempre se transforma e se aproxima do divino.

A religião fala para amar os iguais e desconfiar ou odiar o diferente. A espiritualidade faz perceber que as diferenças são os mais ricos aspectos da humanidade.

A religião busca sempre mais fieis. A espiritualidade está mais interessada na qualidade que na quantidade.

A religião aparenta. A espiritualidade se preocupa com a essência.

A religião põe a felicidade em outro mundo, a espiritualidade diz que a felicidade pode estar neste mundo.

A religião fala de uma vida eterna. A espiritualidade nos mostra o eterno em nossas vidas.